Texto:Mateus
18:21~35
Em
Mateus 18, Jesus usa uma parábola para ensinar aos discípulos como
é o reino dos céus. Como em muitas das parábolas, tudo no relato
se relaciona a Cristo e Sua igreja.
Jesus
começa descrevendo um rei que chama seus servos para prestarem
contas. As escrituras registram: "E
(o rei), passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil
talentos"
(Mateus
18:24).
1Talento é 6.000 denários! 10 mil talentos: 60.000.000 denários!
Jesus
não conta como esse homem caiu numa dívida tão incrível. Algumas
versões da parábola dizem que ele era um escravo, e que a dívida
era um empréstimo não pago. Contudo, tudo que sabemos do evangelho
de Mateus é que ele teve acesso a grandes recursos, e os esbanjara.
Quero
mostrar duas coisas importantes relacionadas a esta parábola.
Primeiro, os servos representam crentes, os que trabalham no reino de
Deus; assim o servo endividado aqui não era estranho ao trabalho do
rei. Segundo, descobrimos mais adiante (em Mateus 25) que o propósito
de Deus ao dar talentos ao Seu povo é produzir frutos. Todos os que
recebem talentos do Pai são ordenados a investi-los. Deus não dá
talentos simplesmente de modo indiscriminado. Ele espera colher fruto
dos investimentos que faz no Seu povo.
Esse
homem não tinha nada de valor que pudesse usar para seu débito
criminal; não tinha dinheiro, bens, nada de mérito a oferecer.
Então, o quê fez? Ele "prostrando-se reverente rogou: Sê
paciente comigo, e tudo te pagarei" (18:26).
É
importante saber o significado de "reverente" aqui. Em
grego quer dizer "bajulando
ou curvando-se servilmente; beijando como o cão lambendo as mãos do
dono".
Esse homem não estava ajoelhado se arrependendo; ele estava
bajulando, tentando adular o senhor; não estava pedindo perdão ao
rei, mas paciência. Ele queria outra chance, rogando: "Me dê
um pouco de tempo. Posso compensar pelo meu pecado, e satisfazer
todas as suas exigências"
Jesus
continua a parábola: "E o senhor daquele servo,
compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida" (Mat.
18:27). Por que o rei iria se compadecer por um bajulador? O servo
não estava arrependido. Em verdade, não tinha noção da extensão
de sua pecaminosidade. Descobrimos isso mais adiante na parábola,
quando se revela que o coração dele é duro e sem compaixão.
O
fato é o seguinte: ao perdoá-lo, o rei pôs sobre este homem uma
pesada responsabilidade. E essa responsabilidade foi ainda maior que
o peso da dívida.
Em
verdade, o servo agora devia ao senhor mais do que nunca. Como? Ele
seria responsável para perdoar e amar os outros, assim como o rei
havia feito com ele.
Que
tremenda responsabilidade é essa! E ela não pode ser separada de
outros ensinamentos de Cristo sobre o reino. Afinal, Jesus disse:
"Se... não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco
vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mat. 6:15). O ponto
é claro: "Se você não perdoar os outros, não o perdoarei".
Essa palavra não é opcional, é uma ordem. Jesus está nos dizendo
basicamente: "Fui paciente contigo; te tratei com amor e
misericórdia. E o perdoei unicamente por minha bondade e
misericórdia. Igualmente, você deve ser amoroso e misericordioso
com seus irmãos e irmãs. Você deve perdoá-los graciosamente,
exatamente como te perdoei. Você deve ir para o seu lar, sua igreja,
seu trabalho, às ruas, e mostrar para todos a graça e o amor que
lhe mostrei".
Paulo
se refere à ordem de Jesus, dizendo: "Assim como o Senhor vos
perdoou, assim também perdoai vós" (Colossenses 3:13). Ele
então expõe como prosseguir na obediência a essa ordem:
"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de
ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos
mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem...
acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição" (3:12-14).
Conclusão: Tenho que entender que o perdão é condicional e tráz consigo responsabilidades, como a de perdoar aos outros! Da mesma maneira em que fui perdoado devo perdoar. Quando entendo a reciprocidade do Reino e a pratico, eu ajudo a disseminar a Cultura do Reino, por isso a necessidade de repassar ao outros aquilo que já me alcançou, dar aos outros o que já me foi dado. Isso é ser cristão.
Deus vos abençoe!! Pr. Seiji K.
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